Samuel de Mello Pinto

Em meu 4º ano de graduação tive a oportunidade de realizar um intercâmbio na França. Através de um convênio da ESALQ e de uma bolsa do Programa BRAFRAGRI – CAPES fui para ENSAT em Toulouse, no sul do país. Logo de início ao chegar no aeroporto e não escut
Em meu 4º ano de graduação tive a oportunidade de realizar um intercâmbio na França. Através de um convênio da ESALQ e de uma bolsa do Programa BRAFRAGRI – CAPES fui para ENSAT em Toulouse, no sul do país. Logo de início ao chegar no aeroporto e não escutar mais uma língua falada por você sua vida toda é meio intimidante. Mas com o tempo e a necessidade de se comunicar no dia-a-dia, tudo fica bem mais espontâneo. A França e talvez boa parte dos países europeus prezam pelo bem-estar social em diversos aspectos, excelente infraestrutura de transporte (bike, metrô, tramway, ônibus etc), parques e jardins pela cidade, acesso gratuito à espaços culturais, segurança pública e assim por diante. Obviamente pela riqueza desses países, mas também por serem culturalmente diferentes. É sempre bonito de ver uma mãe levar sua filha de uns 6-7 anos no museu de arte contemporânea, e incentivá-la a analisar uma obra de arte com um nível de abstração muito maior que seu. Voltando para o meio acadêmico, minha experiência na ENSAT foi bastante singular. À princípio não existe Engenharia Florestal. Em geral, a maioria das escolas francesas formam engenheiros agrônomos os quais se especializam no final do curso podendo estudar desde marketing, biologia marinha, até zootecnia. Durante os 10 meses que passei por lá fiz uma especialização que abordava a gestão de recursos naturais em geral, como gestão de resíduos, avaliação de impactos ambientais, gestão de bacias hidrográficas etc. E nos últimos meses aproveitei também para fazer disciplinas mais variadas como Economia Social e Solidária e Agricultura Urbana. Apesar de terem uma formação bem mais generalista que a nossa, achei bem interessante o dinamismo em trabalhar com diferentes temas, tivemos projetos em que senti um profissionalismo muito grande dos estudantes no ambiente universitário. Por outro lado, essa relação profissional e uma cultura que partilha da cordialidade como base, sem aquele “calor latino-americano” de acolhimento, torna-se mais difícil se integrar entre os franceses. Parte negativa. Mesmo assim, e concluindo, uma experiência de estudar/morar em outro país é surpreende. Conhecer pessoas do mundo inteiro com as mais diversas vivências, aprender outro idioma e viajar bastante fizeram dessa oportunidade uma grande bagagem.
Geral
5º Ano Engenharia Florestal